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Extubação – Pressão Negativa x Pressão Positiva

1 ago

O meu Trabalho de Conclusão de Curso, abordou a extubação em recém-nascidos pré-termo com Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), estou prestes a publicá-lo. Postei o resumo do TCC em primeira mão, para profissionais que desejam trocar informações deixo meu e-mail: jamillysg@gmail.com.

TEMA: PREVALÊNCIA DE REINTUBAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO COM SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO SUBMETIDOS À EXTUBAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA E PRESSÃO NEGATIVA.

A síndrome do desconforto respiratório (SDR) é uma patologia caracterizada pela imaturidade do sistema respiratório que produz deficiência na síntese e liberação de surfactante pulmonar na superfície interna dos alvéolos. A redução desta substância promove aumento da tensão superficial levando a conseqüências como o colapso alveolar e atelectasias progressivas. Acomete recém-nascidos pré-termo (RNPT) sendo mais propensa naqueles que apresentam baixo peso (<1.500g). Apesar dos avanços na área de neonatologia a incidência apresenta-se elevada, conduzido alto número de recém-nascidos para as unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN). Na literatura são conhecidos os efeitos lesivos do prolongamento do uso da respiração artificial e das lesões advindas da permanência do tubo endotraqueal, o que deixa claro que a extubação deve ser prontamente programada para dentro de momento adequado de forma a não adiar e nem antecipar a retirada da ventilação mecânica. Neste estudo foi avaliado a prevalência de reintubações após duas formas distintas de extubação: com uso de pressão positiva e uso de pressão negativa. Na extubação com pressão positiva o recém-nascido permanece ligado ao circuito do ventilador e ao zerar-se a freqüência respiratória no aparelho, se aciona um ciclo manual e simultaneamente retira-se o tubo. Já no procedimento com pressão negativa remove-se o tubo simultaneamente aspirando-o. Foram utilizados prontuários de RNPT internados na UTIN do Hospital Municipal Esaú Matos de Vitória da Conquista – BA, que apresentaram SDR e foram extubados no período de Janeiro de 2008 a Janeiro de 2009. O total obtido foi de 36 recém-nascidos, sendo 18 extubados com pressão positiva (Grupo PP) e 18 extubados com pressão negativa (Grupo PN). Foi montado um perfil com dados sobre tipo de parto, gênero, boletim de apgar no 1º e 5º minuto de vida, peso de nascimento, peso na extubação, idade gestacional, idade gestacional corrigida, dias de vida, dias em ventilação mecânica até a extubação, uso de surfactante exógeno e patologias associadas. Foi encontrada homogeneidade entre várias destas características, como prevalência de RN’s do gênero masculino, idade gestacional (31 semanas), idade gestacional corrigida (32 semanas), notas 8 e 9 no boletim de apgar no 1º e 5º minuto e 61% de uso de surfactante exógeno. Porém em relação ao peso na extubação obteve-se uma média menor para os RN’s do grupo PP, o que pode ter comprometido o desfecho da extubação. Também foram analisadas quatro variáveis: parâmetros fisiológicos, parâmetros ventilatórios, gasometria arterial e ausculta pulmonar. Com relação a prevalência de reintubações, o grupo PP obteve 11% nas primeiras 12 horas e 6% nas primeiras 48 horas após o procedimento, com sucesso em 83% dos casos. Quanto ao grupo PN, obteve-se reintubação em apenas 6% nas primeiras 24 horas, com sucesso em 94% dos casos. Desta forma conclui-se que a menor prevalência de reintubação foi encontrada nos recém-nascidos extubados com o método de pressão negativa. Porém, não se deve atribuir à técnica à responsabilidade única e exclusiva pela prevalência de reintubações, pois, outros fatores como o peso na extubação podem ter influenciado neste resultado.

Palavras-chave: Síndrome do Desconforto Respiratório. Recém-nascido Pré-termo. Extubação. Reintubação.

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